fevereiro 13, 2012

E O GRAMMY 2012....






O Grammy é talvez a mais previsível e reacionária premiação da indústria do entretenimento. Ele não premia os artistas melhores ou mais inovadores. Seu foco são aqueles que já têm o reconhecimento do público. E, nesse sentido, é um prêmio também redundante, pois apenas reafirma o sucesso, sem apontar novos caminhos para a música.
Para deixar a situação ainda mais complicada, parecia que o clima de festa da premiação em 2012 iria por água abaixo, com a morte, na véspera, de Whitney Houston, uma das artistas de maior sucesso comercial da história e três vezes vencedora de um Grammy de melhor cantora. Mas quem esperava que a noite fosse engolida por homenagens póstumas, se enganou.
Whitney é uma artista de importância fundamental por fazer a ponte entre as divas soul do passado e as cantoras atuais, mas, a rigor, sua carreira já não existia há mais de dez anos (seu último Grammy é de 2000). Dessa forma, suas homenagens em uma premiação voltada para artistas de sucesso foram mantidas num registro mínimo.
 
E mesmo o número principal de seu tributo teve uma cara ambígua. Como uma convidada que vai vestida de branco num casamento para ofuscar a noiva, a cantora Jennifer Hudson parecia mais preocupada em se exibir do que em prestar homenagem a Whitney com sua versão de “I Will Always Love You”.

A premiação sinalizou também um certo cansaço do Grammy com cantoras espetaculosas, tipo Lady Gaga e a nova sensação bufa Nicki Minaj. Ambas, com múltiplas indicações, voltaram para casa de mãos vazias. Em vez delas, o evento preferiu consagrar Adele, uma cantora de voz excepcional a serviço de um repertório banal.

No geral, como convém a um evento que preza a previsibilidade, a noite transcorreu sem surpresas, e os enxertos no roteiro não alteraram substancialmente o curso da premiação.
Mais o que chamou a atenção foram os shows: Chris Brown, Nicki Minaj (show tosco, poderia ter cantado seu Super Bass...exagerou), Rihanna (abriu o show com We Found Love) Feat. Coldplay (incrível o show), Taylor Swift (uma voz única), Foo Fighters (um meteoro), também se apresentaram com o canadense Dj Deadmau5, David Guetta ft. Chris Brown and Lil Wayne (hip hop com house music, parceria que deu certo no lado externo do Staples Center)
Veja a lista dos ganhadores:
Gravação do ano (intérpretes): 
“Rolling in the deep”- Adele
Álbum do ano
“21” – Adele
Música do ano (compositores): 
“Rolling in the deep” – Adele
Performance solo pop
Adele - "Someone like you"
Performance duo ou grupo
Tony Bennett & Amy Winehouse - "Body and soul"
Álbum pop
"21" – Adele
Performance rock
Foo Fighters - "Walk"
Performance hard rock/metal
Foo Fighters - "White limo"
Música de rock
Foo Fighters - "Walk"
Álbum de rock
Foo Fighters - "Wasting light"
Disco de música alternativa
Bon Iver - "Bon Iver"
Melhor performance de rap
"Otis" - Jay-Z & Kanye West
Melhor parceria/rap
"All Of The Lights" - Kanye West, Rihanna, Kid Cudi & Fergie
Melhor álbum de rap
"My Beautiful Dark Twisted Fantasy" - Kanye West
Melhor álbum de R&B
"F.A.M.E." - Chris Brown
Melhor álbum country
"Own The Night" - Lady Antebellum
Melhor performance country (solo)
"Mean" - Taylor Swift
Melhor vídeo musical - curto
"Rolling In The Deep" - Adele
Melhor vídeo musical - longo
"Foo Fighters: Back And Forth" - Foo Fighters
Artista revelação
Bon Iver



Nenhum comentário: